domingo, 1 de abril de 2018

COLECÇÕES E COLECCIONADORES

COLECÇÕES
 Coleccionar, seja o que for, é próprio do ser humano. Para algumas pessoas constitui mesmo uma necessidade, justificada psicologicamente como algo mais do que um simples passatempo de adolescentes.
Coleccionador é o indivíduo que faz colecção dos mais variados objectos, como selos ou moedas, por exemplo. Mas são também coleccionadores os museus e as bibliotecas:
- Os museus coleccionam os mais diversos objectos – o Museu do Louvre guarda objectos desde a era napoleónica até aos dias de hoje, de entre os quais se destaca a famosa Mona Lisa, pintada por Leonardo da Vinci.
- As bibliotecas são coleccionadoras de livros. Uma das mais famosas foi a Biblioteca de Alexandria, no antigo Egipto, na qual se encontraria, segundo a lenda, a famosa fórmula da imortalidade.
O historiador Philipp Blom defende que os coleccionadores não são “maníacos que juntam qualquer coisa por compulsão”. Ele entende que há razões históricas, filosóficas e psicológicas que podem levar o indivíduo a tornar-se coleccionador. Motivos como “sentimento de grupo”, “competição”, “medos”, “desejos não realizados” ou “vontade de se isolar do mundo” poderão estar na base do coleccionismo.

“Não pense que todo o coleccionador é um sujeito mal-amado, reprimido, solitário. Coleccionar quando criança tem as suas vantagens. O hábito nos ensina a organizar e controlar as coisas, decidir a vida e a morte de cada objecto. Eis uma boa forma de aprender a tomar decisões e a lidar com o mundo exterior” – diz Blom

Desconhece-se ao certo o período em que o ser humano começou a coleccionar objectos. Mas aceita-se como válida a hipótese de o homem pré-histórico já exercer essa prática. É bem provável que o homem pré-histórico já tivesse, num cantinho da caverna, uma colecção de crânios como talismãs…
Hoje existem provas de que já havia coleccionismo na Roma antiga assim como no Egipto – é famosa a colecção de cerâmicas finas do faraó Tutancamon.
O coleccionismo era restrito a reis e aristocratas, e só no século XVI deixou de o ser. Nessa altura começou-se a coleccionar tudo, desde cromos a pacotinhos de açúcar, passando por jóias a embalagens de cigarros.

Há, e houve, em todo o mundo, coleccionadores famosos, sobre os quais não vou debruçar-me. Mas não posso deixar de referir a famosa estilista milanesa Biki, de seu nome verdadeiro Elvira Leonardi Bouyeure, neta do compositor Puccini, que vestiu princesas, milionárias e estrelas, como a actriz Sophia Loren e a soprano Maria Callas, fazendo furor nos desfiles de Alta Moda, em Milão.
Biki montou uma sala refrigerada na sua casa para conservar chocolates comprados nos mais diversos lugares do mundo.
Tudo o que até aqui foi dito se refere a coleccionadores e colecções de um nível bastante elevado.
Sem a visibilidade de qualquer coleccionador famoso… quero aqui referir uma colecção que, embora não tão famosa, não deixa de ser muito interessante e constituir já um acervo bastante razoável. Trata-se da colecção de dedais da nossa amiga, a blogueira Amélia - 

DEDAIS DA AMÉLIA, 

a quem, se me permitem, dedico esta postagem. Sei que para além de dedais ela colecciona outras coisas, mas não serei eu a desvendar o segredo…
No seu blog podemos apreciar dedais lindíssimos, de todos os lugares do mundo, nos mais variados materiais, cores, feitios… enfim, uma colecção de fazer inveja – no bem sentido, é claro!
Eu sempre tive a mania de “guardar coisas”, mas não posso considerar-me uma coleccionadora. Tenho vários objectos antigos em louça, cristal ou prata, mas nada que constitua “uma colecção”. E como gosto muito de bonecas… quando vou viajar trago uma dos países que visito – e muitas outras que me ofereceram.


 O mesmo se passa com miniaturas de garrafas de bebidas e de perfumes.


E com mochos? Como gosto muito deles… “colecciono-nos”. De vários tamanhos e materiais rondam umas centenas.


Para terminar vou citar Silvia De Renzi, historiadora da ciência da Universidade de Cambridge, na Inglaterra que diz:
“As colecções foram fundamentais para a organização da natureza como fazemos hoje.”
Um coleccionador, mesmo quando obtém uma raridade, não sente seu desejo atenuado. Na verdade, nada é mais triste que pensar em completar uma colecção. Quando as mãos seguram a nova aquisição, os olhos já vislumbram a próxima peça.” (O sublinhado é meu)

Termino esta postagem com os votos de uma PÁSCOA MUITO FELIZ.