terça-feira, 1 de abril de 2008

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS - BULLYING

Bullying – “termo que não tem tradução para português, mas está bem difundido nos estabelecimentos de ensino do País”.


Por cedência de um grupo de jovens estudantes encontra-se em meu poder vasto material referente a este assunto.
Por ser demasiado extenso, seleccionei alguns trechos que apresento a seguir, e algumas imagens que postarei separadamente.



…A Violência protagonizada pelos jovens nas escolas é uma realidade inegável. A sociedade terá que se organizar e insurgir-se activamente contra este fenómeno. De igual modo, a escola terá que ajustar os seus conteúdos programáticos e acercar-se mais das crianças. Devido às exigências, as famílias muitas vezes destituem-se da sua função educativa, delegando-a à escola. No meio de toda esta confusão, estão as crianças, que actuam conforme aquilo que observam e agem consoante os estímulos do meio. Meio esse que, por vezes, oferece modelos de conduta e referências positivas questionáveis…

A violência nos últimos quatro anos
…A violência registada em meio escolar tem vindo a aumentar nos últimos quatro anos. Em 2004/2005 as estatísticas davam conta de 1.232 situações de agressão envolvendo alunos, professores e auxiliares, número que subiu para cerca de 1.500 no último ano lectivo. Os dados são minimizados pelas autoridades, que lembram estar em causa um universo de um milhão e 700 mil alunos…


Armas na sala de aula

…A violência nas escolas é tema de discussões no mundo inteiro, já que o problema não ocorre apenas em bairros ou países pobres e periféricos. Frequentemente a Unesco promove conferências sobre o tema, em diversos países.
Na Europa, por exemplo, não se fala mais em “cultura de paz”, mas em “educação para a cidadania”, com o objectivo de formar alunos-cidadãos capazes de expor as suas ideias de maneira pacífica…

Agressores precisam de vítimas. E quem são as vítimas?

…Geralmente, os autores de Buulying procuram pessoas que tenham alguma característica que sirva de foco para as suas agressões. Assim, é comum eles abordarem pessoas que apresentem algumas diferenças em relação ao grupo no qual estão inseridas, como, por exemplo: obesidade, baixa estatura, deficiência física, ou outros aspectos culturais, étnicos ou religiosos. O que se verifica é que essas crianças são alvos mais visados, e tornam-se mais vulneráveis ao Buulying, por possuírem algumas dessas características específicas.
Mas o facto de sofrer Bullying não é culpa da vítima, pois ninguém pode ser responsabilizado por ser diferente!...
Na verdade, a diferença é apenas o pretexto para que o agressor satisfaça uma necessidade que é dele mesmo: a de agredir.
Tanto os pais quanto as escolas devem ajudar as crianças a lidar com as diferenças, procurando questionar e trabalhar os seus preconceitos. E uma das boas maneiras de se lidar com isso é promovendo debates, nos quais os jovens possam tomar consciência dessas questões, e confrontar as suas ideias com as de outros jovens…

20% dos alunos são vítimas de bullying

…Nas escolas básicas portuguesas um em cada cinco alunos é vítima de uma intimidação constante por parte de colegas – que inclui agressões, insultos e exclusão de jogos. É o bullying, termo que não tem tradução para português, mas que está bem difundido nos estabelecimentos de ensino do País. O último caso conhecido afecta um menino de 12 anos, que sofreu de cancro, e cujos pais tentaram, sem sucesso, que a escola que frequenta o mudasse para outra turma.
Chegaram a pedir a intervenção da Inspecção-Geral da Educação. Na falta de respostas e temendo o agravamento do estado de saúde do filho, não o deixaram ir mais às aulas. No último período o menino não foi à escola…

A opinião dos jovens

…A opinião dos jovens foi recolhida em 191 escolas nacionais, de ensino regular, num total de 6.903 alunos.
As escolas foram sorteadas de uma lista nacional.
Foram seleccionados alunos dos 6º., 8º. e 10º. anos de escolaridade.
A cada um destes anos corresponde uma idade média de 11, 13 e 16 anos…

…Apesar de tudo, os números relativos à violência nas escolas apresentados neste estudo não podem ser encarados com tranquilidade. De acordo com os resultados, a agressão de que os alunos portugueses mais referem ter sido vítimas é a física e a verbal. As raparigas, em número elevado, referem ainda ter sido alvo de comportamentos indesejados com conotação sexual.
Um aluno em cada dez já foi abordado no sentido de adquirir ou consumir drogas e um em cada quatro ter sido assaltado, roubado ou vítima de destruição de propriedade…

Possuo muito mais material que não vou aqui publicar, por demasiado extenso.
Nenhum dos textos recebidos refere autoria, excepto o que segue, e que não poderia deixar de mostrar:

Indicações para os pais

AOS PAIS

Se você for informado de que o seu filho é um autor de Buulying, converse com ele e:

“Saiba que ele está a precisar de ajuda”.

“Não tente ignorar a situação, nem procure fazer de conta que está tudo bem”.

“Procure manter a calma e controlar a sua própria agressividade ao falar com ele. Mostre-lhe que a violência deve ser sempre evitada”.

“Não o agrida nem o intimide: isso só irá tornar a situação ainda pior”.

“Mostre que você sabe o que está a acontecer, mas procure demonstrar
que você o ama, apesar de não aprovar esse seu comportamento”.

“Converse com ele: procure saber porque ele está a agir assim, e o que
poderia ser feito para ajudá-lo”.

“Garanta-lhe que você quer ajudá-lo e que vai procurar alguma maneira de fazer isso”.

“Tente identificar algum problema actual que possa estar desencadeando esse tipo de comportamento. Nesse caso, ajude-o a sair disso”.

“Com o consentimento dele entre em contacto com a escola: converse com os professores, funcionários e amigos que possam ajudá-lo a compreender a situação”.

“Dê orientações e limites firmes, capazes de ajudá-lo a controlar o seu comportamento”.

“Procure auxiliá-lo a encontrar meios não agressivos para expressar as suas insatisfações”.

“Encoraje-o a pedir desculpas aos colegas que ele agrediu, seja pessoalmente ou por carta”.

“Tente descobrir alguma coisa positiva em que ele se destaque, e que venha a melhorar a sua auto-estima”.

“Procure criar situações em que ele possa sair-se bem, elogiando-o sempre que isso ocorrer”.

Autor: Sónia Carla Aroso Azevedo

3 comentários:

Anónimo disse...

bom comeco

Anónimo disse...

eu cometo o bullying mas quero parar o que faço!

Beatriz Bragança disse...

Querida Mariazita
Já na sua outra postagem me referi, com os conhecimentos que tinha, a este tema, mais frequente do que qualquer pessoa possa sequer imaginar.
Há professores que se colocam entre quem se agride, de maneira a proteger a vítima e, horas mais tarde, à saída dos estabelecimentos de ensino, são, por vezes, confrontados com os Encarregados de Educação do agressor. Já presenciei uma cena assim e fiquei francamente revoltada. Ninguém faz nada.
Até quando irá a tutela fazer de conta que tudo decorre dentro da normalidade?!
Ou serão as Direcções dos estabelecimentos de ensino que não participam a quem de direito?!
Muito gostaria de saber!!!
Obrigada por ter tocado neste assunto, pois talvez alguém responsável leia o seu artigo e resolva tomar uma posição.
Um beijinho
Beatriz